Passo a Passo
1º Passo:
Saber orientar-se no museu
Visite o museu com o qual está a trabalhar e obtenha uma visão geral sobre a exposição.
2º Passo:
Seleção de conteúdo
Deve escolher em simultâneo o objeto e tema que você deseja trabalhar. No nosso caso escolhemos como tema os recursos naturais e a reciclagem que apresentam uma ligação comparável no passado: um tesouro a partir da Idade do Bronze.
Existem outros tipos de objetos que facilmente se ligam a este tema do desenvolvimento, como por exemplo aqueles que se relacionam com as condições históricas de trabalho, objetos comerciais ou objetos de formações geológicas, tais como diferentes materiais de pedra.
Foque a sua atenção numa conexão facilmente compreensível para os objetos existentes no museu.
→ Desenhe ligações para a região, os intervenientes e o estilo de contar histórias usado no objeto. No nosso caso, construímos esta conexão usando o tema mais uma vez o tema do tesouro, a fim de criar um momento de semelhança para o visitante.
Escolha um aspeto do tema que seja suficientemente complexo e bem definido. Devemos oferecer uma visão geral sobre o valor da cadeia de fabrico de dispositivos eletrónicos? Gostaria de se concentrar numa determinada parte da história? Qual?
Desenvolva novas e interessantes formas para executar a sua ideia. Na nossa instalação adicionamos o bandolino como uma forma interativa de complementar a vitrina. Deve verificar quanto espaço disponível existe no museu, que instalações técnicas o museu pode oferecer, qual o grupo de visitantes que deseja abordar e que quantidade pode investir.
→ Pensar pequeno, começar pequeno. Durante a fase de implementação podem surgir novas ideias, é bom estar preparado! Poupar no início para investir no processo mais tarde! Por exemplo, decidimos comprar um segundo lote de minerais para os programas educacionais com grupos de visitantes.
3º Passo:
Plano de trabalho
Projete um primeiro esboço da ideia, partilhe as suas ideias com os seus parceiros. Deve incluir uma estimativa de custos de modo a avaliar a viabilidade das propostas. Deve incluir também um calendário para o processo de implementação. Defina um plano de trabalho final envie o mesmo aos parceiros para analisarem e concordarem.
4º Passo:
Serviços
Peça estimativas de custo para cada etapa da produção. Tente obter recomendações sobre as empresas que vai contratar e verifique se já trabalharam com museus e qual a sua experiência. Compare o total de estimativas de custo com o seu orçamento e ajusta, se necessário.
Os principais custos nesta instalação prendem-se com as fases de conceção, design e impressão. Decidimos obter as impressões gráfica junto de uma empresa bem conhecida e de referência. O projeto realizado por um designer foi escolhido em conjunto com o departamento de Pré-história, a fim de chegar o mais perto possível do projeto expositivo - que foi uma das solicitações do departamento.
5º Passo:
Elaboração de conteúdo
Ler e pesquisar decorre paralelamente à elaboração da instalação. O conteúdo inspira o forma como vamos fazer as coisas. Coloque o conteúdo para a tabela de informação, os guias para os minerais e as perguntas para o enigma. Peça aos parceiros para corrigir esta primeira versão, e se necessário, tente esclarecer quaisquer mal-entendidos, ainda durante esta fase inicial.
6º Passo:
Material gráfico e objetos adicionais
Escolha imagens, gráficos e objetos que sublinham o conteúdo das cadeias de valor mineral. Solicite aos proprietários a cedência dos direitos de autor (de forma a usar os mesmo para fins educativos). Encontramos muitas fotografias interessantes no flickr. Especialmente o Telemóvel Justo /Fairphone. A empresa foi muito generosa em matéria de direitos e permitiu a utilizar das imagens. Noutros casos, poderá ter que pagar se quiser usar esse material.
Para nossa instalação foi necessário recolher telefones móveis velhos e exemplos de minerais como o coltan, bauxite, tântalo, minério de cobre, ouro e outros. O Instituto Potsdam de Estudos Avançados em Sustentabilidade montou uma pequena coleção de minerais, que pode encomendar na internet. Se o museu com o qual trabalha tiver um departamento de geologia, é mais fácil e pode perguntar como deverá proceder. Conte com muitas semanas ou até meses para recolher telefones móveis velhos. Especialmente smartphones, estes não são fáceis de obter, pois as empresas de telecomunicações ou os proprietários são relutantes em ceder os mesmos por causa de os dados pessoais que ainda podem conter.
7º Passo:
Desenvolver uma versão de teste (modelo ou maquete)
Certifique-se que a nova vitrina tem espaço suficiente e se encaixa bem para a exposição preexistente (permanente). O conteúdo da vitrina pode ser ajustado, de modo que não precisa de um modelo, neste caso. Não coloque muitos itens dentro da vitrina. Construa um modelo do "bandolino" e verifique quais as ligações entre a parte de frente e a parte de trás (recorde-se que as respostas certas são visualizados na parte de trás do bandolino). Faça um teste antecipadamente, por exemplo com crianças do museu ou com os seus amigos. Escolha as cores do bandolino e faça uma impressão de teste de modo a verificar da qualidade e intensidade das cores (podem parecer diferentes do que pretende).
Passo 8:
A produção do bandolino
Finalizar a bandolino é um pouco complicado e necessita de um contacto próximo com a pessoa que está responsável pelo desenvolvimento do modelo (protótipo). Faça uma cópia do bandolino no tamanho original de modo a verificar se todos os detalhes, assim como as ligações para o fio se encontram no local certo e adequado. Teste qual o melhor comprimento do fio. Verifique se é fácil de usar. Se o bandolino tiver muitas perguntas (e respostas) talvez tenha de ser encurtado e descartar algumas perguntas (como nós tivemos que fazer).
Peça aos seus parceiros para fazer uma revisão final. Contrate um revisor profissional, caso tenha incluído isso no seu plano de ação e orçamento. Envie o conceito discutido e acordado por todos ao designer.
9º Passo:
Ciclos de revisão e correção
Os ciclos de revisão vão profissionalizar o produto final. Conte com o designer para realizar 2 a 3 etapas corretivas.
→ Identifique os representantes do museu que precisam dar luz verde para tudo avançar. Tente manter o círculo de pessoas restrito de forma a economizar tempo. Certifique-se que o processo de correção é transparente a todos os intervenientes.
10º Passo:
Instalação no museu
No nosso caso a placa foi fixada à parede com fita adesiva de dupla face (trata-se de uma placa leve) que pode ser facilmente removida. Este modo de instalação pode ser muito útil, pois quando quiser adicionar informação à instalação é mais facilitado.
O bandolino foi impresso na frente e verso. O material usado (PVC) é muito mais fácil de lidar do que a madeira. É leve e não precisa de recorrer aos carpinteiros. Mas não é tão durável quanto a madeira. Uma vez que a produção não é muito dispendiosa, decidimos ter duas placas de circuito impresso: uma para manter reserva, servindo para substituir a primeira se ficar desgastada. Atenção e cuidado com o fio usado; no nosso caso optámos por um fio de algodão forte (que infelizmente não coube no bandolino).
11º Passo:
Educação
Pense em programas educativos enquanto está a desenvolver a instalação. Há alguma informação adicional que queira transmitir? Verifique se há objetos do museu que vão ficar adstritos à instalação, verifique outra vez se são pertinentes e interessantes? Que histórias vão contar? Que conexões vão permitir?
Decidimos oferecer minerais aos visitantes. Verifique se os visitantes conseguem distinguir entre bauxite e minério de cobre. Pergunte ao visitante se já sentiu o peso de minério de ferro? Convide os visitantes a fazer experiências com ímanes? Pergunte aos visitantes se já ouviram falar na expressão "conflito mineral" a propósito do coltan? No nosso caso, optámos por desmontar smartphones de forma a mostrar a diferença entre aqueles que são fáceis de reparar e aqueles depois só servem para serem descartados como resíduo.