Passo a Passo
1º Passo:
Conhecer o museu
Visite o museu em que está a trabalhar e obtenha uma visão geral sobre a exposição.
2º Passo:
Seleção de conteúdos
Escolha ao mesmo tempo o objeto e o tema que deseja trabalhar. Para o tema da migração há muitos objetos que servem como pontos de partida. Possíveis áreas temáticas do museu de ligação com este tema da educação para desenvolvimento são seções que tratam de pré-história humana, como no nosso caso. Além disso outras seções como, por exemplo, seções sobre os conflitos políticos, a escravidão, guerras civis, comércio, trabalho, etc., são igualmente possíveis.
Preocupe-se em criar uma conexão acessível, compreensível e de fácil entendimento em torno dos objetos selecionados.
→ Tente respeitar (na medida do possível) o foco temático do objeto que deseja trabalhar. Desenhe ligações para a região, os intervenientes locais, o tom e o estilo de contar histórias usado pelo objeto. No nosso caso, a história que já estava presente no museu de Nuremberga tem a ver com a Primeira e Segunda Grande Migração para fora da África. Esse foi o nosso ponto de partida para contar uma história onde explicar se explica algumas das razões pelas quais a humanidade muda de local por tantas razões diferentes até o dia de hoje.
Escolha um aspeto do tema que seja em simultâneo complexo e bem definido. Verifique se pretende oferecer uma visão geral sobre o assunto, ou se gostaria de se concentrar numa determinada parte da história, e qual?
→ No nosso caso, optamos por apresentar uma visão geral que descreve uma linha cronológica do tempo sobre a migração ao longo da história. Fornecendo aos visitantes a oportunidade de aprofundar temas específicos se estiverem especialmente interessados, dando assim um maior destaque a alguns momentos da história da migração da humanidade.
Experimente e desenvolva métodos criativos para apresentar as ideias. Uma limitação importante prende-se com o espaço físico disponível dentro do museu. No nosso caso tivemos muito pouco espaço no museu. Apenas poderíamos usar uma parede. Por isso, o uso de um ecrã interativo surgiu muito naturalmente.
3º Passo:
Plano de trabalho
Primeiro esboço: Sugerimos que faça um roteiro do que deve ser incluindo como conteúdo no computador. O roteiro indica em que ordem a informação vai ser transmitida, e que deve acontecer quando os “botões” são ativados no ecrã sensível ao toque. Este roteiro ajuda a decidir sobre os diferentes conteúdos. Por exemplo, durante o processo de desenvolvimento sobre a possibilidade de apresentar o tema da migração, surgiu a ideia do ecrã sensível ao toque (interativo) permitindo “navegar” da esquerda para a direita e passando, assim, por diferentes eventos migratórios da humanidade. E foi isso que nos permitiu desenhar a possibilidade de apresentar a migração, destacando alguns eventos ao longo da história.
O projeto deve incluir uma previsão orçamental de modo a ser possível avaliar a sua viabilidade. Deve incluir também um calendário do processo de implementação. Discuta e reformule o projeto com os parceiros até que você tenha conseguido acordar um plano de trabalho comum a todos.
4º Passo:
Serviços
Peça estimativas de custo para cada etapa de produção. Tentar obter várias estimativas de custo de modo a ser capaz de escolher a melhor oferta.
Tente obter recomendações e verifique (na medida do possível) se já trabalharam em museus. Compare o total de estimativas de custo com o seu plano de orçamento e proceda a ajustes, , se necessário.
No nosso caso foram necessárias duas subcontratações: um designer (para elaborar os gráficos) e uma empresa de produção de multimedia ( responsável por entregar o ecrã interativo pré-carregado com um programa específico). Por vezes comparar ofertas que não é fácil. Se optar por implementar uma tela sensível ao toque (ecrã interativo), encontrará opções técnicas muito diferentes no mercado. Existem dois tipos diferentes disponíveis no mercado. Por um lado existem telas sensíveis ao toque que são construídos para uso pessoal (em casa), mas que pode ser adaptado para trabalhar em um museu. Por outro lado existem aquelas que são produzidas para uso público em feiras, terminais de transportes públicos, etc. A segunda opção é muito mais dispendiosa. Optámos por uma tela sensível ao toque para uso doméstico, que se adaptou para ser usada dentro do museu (veja o passo número 7).
5º Passo:
Elaboração de conteúdos
Componha e colocar os conteúdos para os respetivos movimentos migratórios e as caixas de texto com informação. Pergunte aos seus parceiros para corrigir esta primeira versão. Aproveite para esclarecer mal-entendidos nesta fase inicial.
6º Passo:
Material gráfico e design dos mapas
Escolha um mapa adequado e solicite aos designers usar para personalizar as seções que vão ser usadas para ilustrar os movimentos migratórios. Ao escolher o mapa-mundo verifique qual o formato que quer escolher. No nosso caso escolhemos o Mercator mapa-mundo. Verifique se existe ou não uma desproporção dos continentes. A projeção Winkel ou a projeção de Peter ilustra bem melhor o tamanho real dos continentes. Isto pode ser muito interessante para o visitante compreender as diferentes opções disponíveis.
Escolha imagens que sublinham o conteúdo. Verifique se existem direitos de autor que devem ser respeitados, muitas vezes prescindem dos mesmos quando se trata de projetos com fins educacionais. Em alguns o uso deste material pode ter de ser pago.
Na reunião de trabalho com o designer defina as diferentes seções do mapa que vão necessárias. Descreva as seções e os conteúdos que precisa. Tenha em mente que as fronteiras entre os países podem ter diferentes configurações ao longo do tempo cronológico, o que pode interferir com a explicação dos movimentos migratórios; com a ajuda do designer faça as adaptações que forem pertinentes.
Ciclo de revisão e correção de conteúdos: conte com pelo menos, 2 a 3 revisões; tenha em atenção que estas vão aprimorar o impacto da instalação, conferindo ao produto final um aspeto profissional.
→ Identifique os representantes do museu que precisam concordar para darem luz verde à concretização da instalação. Tente manter o círculo restrito mas representando todas as partes interessadas, quanto menos pessoas fizerem parte deste processo mais tempo se pode poupar. Certifique-se que o processo de revisão é transparente a todos os intervenientes.
7º Passo:
A programação dos movimentos migratórios e as caixas de informação
Dê as indicações ao técnico que vai desenvolver o software e proceder à programação do cronograma com os movimentos migratórios humanos, dando notas das respetivas caixas de informação sobre os mapas. É melhor trabalhar com desenhos, dessa forma o designer (e a equipa) fica com uma ideia mais aproximada do produto final.
Também é útil esclarecer a forma como o computador deve ser utilizado no museu. Questões importantes são, por exemplo, como vai ser ligado e desligado. Como se vai impedir que os visitantes o possam desligar? O que acontece quando ocorre um corte de energia elétrica (que em muitos museus sucede durante o período de encerramento)? Será que o computador reinicia automaticamente?
→ Pergunte ao técnico informático (responsável por desenvolvedor o software) se é possível (e desejável) proceder a alterações subsequentes. No nosso caso, é possível proceder a alterações e mudanças através de download; pois podemos facilmente importar quaisquer atualizações da instalação através de uma pen USB.
8º Passo:
Instalação no museu
Chegada do produto final ao museu: fixar o ecrã interativo (ou tela sensível ao toque) no museu. Verifique se possível operar limpeza e manutenção de forma acessível aos técnicos, mas o mesmo tipo de acesso é vedado aos visitantes. Se isso não for possível, desligue os botões apropriados no computador. Recorde-se que pode ser construída uma estrutura de forma a impedir o acesso dos visitantes ao computador.
→ Proceda com a realização de um modelo (protótipo ou maquete) de teste de toda a instalação. No nosso caso tal não foi possível. É muito importante verificar a altura do ecrã. Se estiver ao nível dos olhos a perspetiva (do visitante) é melhor. Verifique se ainda pode ver e tocar no ecrã tátil corretamente se o visitante estiver numa cadeira de rodas? Tente encontrar uma situação de compromisso.